quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Eu só quero escrever quando estou triste

 É engraçado, até. Mas só sinto saudades e necessidade de estar aqui, no blog, quando estou triste. 


Hoje era pra ser um dia cheio de comemorações. Eu e meu marido compramos uma viagem pro Sul, nosso lugar favorito no Brasil. Depois de um ano tão cheio de caos e dificuldades, estamos precisando escapar um pouco.


E então, um pequeno gesto, uma coisa tão pequena, de verdade, tão simbólica, arrasou minha noite. Não, não foi meu marido que me magoou. Ele só me abraçou e me deixou chorar. Não falou uma palavra. Depois disse que ia fazer uma comida bem gostosa pra mim (e está lá cozinhando agora). 


Já perceberam como às vezes o menor dos gestos é o que finalmente transborda o copo? Todos os dias, pequenas atitudes, palavras e olhares vão enchendo o meu copo. Eu tudo suporto, tudo aturo, tudo relevo. Até que um dia, meu limite transborda.


Minha catarse é a mesma de sempre: ouvir Ingrid Michaelson e Anna Nalick no banho, chorar tudo o que eu preciso chorar e escrever. Ah, escrever, mas como estou enferrujada! Como estou sem coragem! 


Ao final desse post, tão vago e sem forma, meu coração já segue mais leve. O cheirinho vindo da cozinha indica que em breve meu marido vai me alimentar, pra tentar me deixar mais feliz. Polenta e frango ao molho de tomate, é o que temos pra hoje. 


Nada como um desabafo, um choro livre, um comida quentinha e um abraço de amor pra fazer a gente se sentir bem. Nada como ser ouvida sem ser julgada. Nada como silenciar o barulho lá de fora e ouvir apenas o nosso lar, tão acolhedor e familiar. Nada como encontrar a paz depois do turbilhão de sentimentos que a tempestade traz. 



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