terça-feira, 20 de maio de 2008

Me disseram para sonhar. Não sei se perdi o foco ou se não tenho sonhado há tanto tempo que desaprendi como funciona. Só sei que já não lembro mais o que é que eu quero.

Me disseram para fazer um experimento. Me disseram para escrever uma lista, descrevendo o príncipe encantado que eu gostaria de conhecer. É bobeira, é uma brincadeira de criança... Mas o duro é que quando eu parei pra pensar em algo desse tipo... eu descobri que não saberia o que responder. Não saberia o que escrever numa lista.

Ultimamente, pra mim tanto faz. To tão cansada dessas coisas, e ao mesmo tempo tão tranquila, tão acostumada a ser só.

Só que fiquei incomodada de perceber que eu já não sei direito o que eu gosto, o que eu não gosto, o que eu quero, o que eu não suporto...

Não sei se eu preferiria alguém que se dá bem com crianças ou alguém que gosta de cultura, livros etc. Creio eu que ficaria com o que gosta de crianças, mas e se ele não tivesse cultura nenhuma? Mas e se o culto não quisesse ter filhos? Mas e se eu conhecesse alguém que não gosta de crianças, não gosta de música, não gosta de cinema e eu me apaixonasse perdidamente assim mesmo? (Mesmo que eu duvide que isso possa acontecer, essa pessoa deve ser um monstro.)

Eu acredito que a pessoa "certa" é alguém que tem tudo que precisamos. E nós temos o que ela precisa. Acredito que ninguém é perfeito e que é sempre bom quando duas pessoas se completam. Se eu me casar com alguém extremamente bagunceiro, com certeza eu perderia meus futuros filhos na nossa bagunça. Mas se eu me casar com um desses neuróticos por limpeza, ele me mata no primeiro ano juntos. E ninguém nunca vai descobrir. (Nota mental: não casar com nenhum neurótico por limpeza, desses que carregam antiséptico no carro.)

Ok. A pessoa certa me completa. Tem tudo o que eu preciso. Mas e se eu não souber o que é que eu preciso? E se eu me esqueci? E se eu não souber reconhecer isso em outra pessoa? E se eu errar?

Não sei a resposta. Acho q ninguém sabe com certeza. Cada um tenta fazer a coisa funcionar do próprio jeito. Mas eu realmente queria descobrir (de novo) o que é q eu gosto. O q é q meu coração anseia.

Algumas coisas eu ainda me lembro. Mas tá tudo tão escondidinho que vou ter que cavar um pouco.

Bora acordar o coração. Quero ser menos prática. Saudades de sonhar.

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